A UNITA e o Bloco Democrático desafiaram o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, a revelar os nomes dos altos dirigentes do país envolvidos no contrabando de combustível para a República Democrática do Congo.
Durante uma reunião da comissão multissectorial, criada pelo Presidente da República para combater crimes transfronteriços, com foco no contrabando de combustível, pesca ilegal e imigração irregular, na cidade do Soyo, província do Zaire, Francisco Furtado afirmou que há individualidades, já identificadas, envolvidas nesse fenómeno, incluindo governantes, oficiais comissários, autoridades administrativas a nível provincial e municipal, além de autoridades tradicionais.
“As declarações do ministro de ESTADO E CHEFE DA Casa Militar do Presidente da República atestam a corrupção generalizada em Angola. Isso prova que a situação inspira cuidados”, disse ao Novo Jornal o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala.
Segundo o político, Angola e o seu Executivo não tomam medidas “de forma consistente” contra a corrupção e não responsabilizam governantes envolvidos em acções que prejudicam o desenvolvimento do país.
O secretário-geral do Bloco Democrático, Muata Sebastião, disse que ministro do Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República deve ter “muita coragem” e revelar os altos responsáveis envolvidos nestas actividades.
Sem revelar os nomes não tem interesse de divulgar esta informação, porque os angolanos querem saber quais são estes dirigentes”, referiu, salientando que os “principais criminosos” são gestores públicos neste país.
Aquando da visita do Presidente da República à província do Zaire, o goverdador local, Adriano Mendes de Carvalho, já havia manifestado preocupação sobre o contrabando de combustível.