Apesar da sua indiscutível participação social e da sua caminhada histórica em prol de Angola e dos angolanos, a ANASO, 30 anos depois, não conseguiu ainda ser uma instituição de utilidade pública.
A informação foi avançada hoje, em Luanda, pelo seu presidente, numa mensagem em alusão aos 30 anos da organização. Constituída a 20 de Agosto de 1994, pela AALSIDA e APV, sob recomendação da SANASO, a ANASO é uma respostas inter-organizações para problema da Sida, Tuberculose e Malária em Angola. Conta com 315 organizações membros, num universo de 28.350 activistas e agentes comunitários de saúde.
Segundo a mensagem na qual o MOVi teve acesso, a organização como rosto visível das comunidade na luta contra a Sida e grandes endemias, vem dando voz a quem não tem voz.
António Coelho lembrou por outro lado, que o país continua a apostar na resposta medicalizada, construindo cada vez mais hospitais, o que é bom. Mas, apesar desse esforço continua a faltar humanização nos serviços de saúde e o país continua a registar constantes roturas de medicamentos de primeira linha para Sida, Tuberculose e Malária.
Ainda de acordo com o responsável, a ANASO e os seus membros entendem que o momento é de prevenção para ajudar a reduzir o peso das doenças sobre o sector da saúde, pois, o perfil epidemiológico ainda é dominado por doenças transmissíveis.
Por essa razão, explicou, a malária representa 29% das causas de procura de cuidados de saúde e 45% das mortes registadas entre crianças menores de 5 anos. A tuberculose apresenta uma morbi-mortalidade relativamente alta com uma taxa de incidência de 200,6 por 100 mil habitantes, colocando o país um dos dez mais afectados do mundo. A Sida, por sua vez, apesar de ter uma prevalência relativamente baixa, 2%, continua a ser uma preocupação por causa dos altos índices de estigma e discriminação associados à doença.
“Por isso a ANASO defende que deve-se criar um fundo de apoio às acções comunitárias de prevenção contra a Sida, Tuberculose e Malária em Angola”, disse António Coelho, acrescentando que, “o país precisa de uma política nacional de saúde comunitária para ponderar as lideranças comunitárias e estabelecer uma estrutura de referência comunitária robusta e sustentável, que contribua para o alcance da cobertura universal dos cuidados primários de saúde”.
Referir que, a Rede Angolana de Organizações de Serviços de Sida, Tuberculose e Malária (ANASO), está a organizar jornadas alusivas aos 30 anos da sua existência que estão a decorrer sob o lema “ANASO 30 anos ao serviço das comunidades”.
O objectivo visa ajudar a reforçar as acções comunitárias, viradas para a prevenção da Sida, Tuberculose e Malária em Angola. Durante as referidas jornadas serão homenageadas figuras históricas ligadas à luta contra essas doenças, com destaque para o Presidente da República de Angola.