O presidente da ANASO = Rede Angolana das Organizações de Serviços de VIH e Sida, Tuberculose e Malária, António Coelho, disse esta quarta=feira, em Luanda, que Angola tem neste momento cerca de 264 mil crianças órfãos da Sida.
Deste número, cerca de 34 mil vivem com a doença no país e todos os dias registam-se uma média de dez novas infeções de VIH e cinco mortes relacionadas com a Sida em crianças dos zero aos 14 anos de idade.
O responsável defendeu que as crianças devem nascer livres do VIH e o país deve estar unido na luta contra a Sida nas mesmas. O estigma, a discriminação, as ideias políticas punitivas e a desigualdade social de género, tem dificultado o acesso aos cuidados das crianças.
António Coelho entende que falta apoio político robusto para prevenção da transmissão vertical do VIH e de tratamento imediato. Pois, a taxa de transmissão vertical é de 16% e continua alta em relação a outros países.
Em relação a cobertura do tratamento com anti-retroviral em crianças é de 27% que, entretanto, também é muito baixo. De igual modo, os investimentos em serviços baseados na comunidade ou liderados pelas comunidades é também insuficiente e dificulta o acesso a teste, tratamento e prevenção dos cuidados especialmente para os pequenos que vivem nas zonas rurais.
Para o presidente da ANASO, o natal da criança representa um momento de confraternização a aquelas vulneráveis ao VIH/Sida, com momento de recreação, entrega de brinquedos e lanches para os participantes. Neste acto, referiu, aproveita-se também para oferecer cestas básicas a famílias afectadas pelo VIH/Sida.
António Coelho convidou para no dia 19 de Dezembro, todos a abraçar essas crianças que são prioridades absolutas, adiantando que todas as pessoas de bem são chamadas a fazer um gesto a favor da vida, apoiar um “natal solidário” das crianças vulneráveis a esta doença sexualmente transmissível.
Sob o lema “Um abraço, um sorriso”, a acção visa chamar atenção para apoiar essas crianças vulneráveis que só tem “um abraço, um sorriso e um natal solidário”, concluiu.