Os moradores do bairro 11 de Novembro, no município do Cazenga, zona do ex-Calaboca, dizem que esperam pelo fornecimento do precioso líquido desde 2013, altura em que a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), instalou torneiras e contadores nas suas residências no âmbito do projecto “700 mil ligações domiciliares”.
Segundo os mesmos, anteriormente, o bairro beneficiava do fornecimento de água através de chafarizes. Entretanto, com a implementação do projecto “700 mil ligações domiciliares” em 2013, a EPAL extinguiu os chafarizes para dar lugar às torneiras, mas infelizmente, estes jamais jorraram.
Diante desta situação, segundo disseram, são obrigados a recorrer à compra da água dos camiões cisternas particulares, cujos preços praticados são extremamente altos. Há quem compra, não para o consumo, mas sim, para revender a retalho através dos tanques, como contou Sara Muginga.
“Um bidão de 20 litros compramos a 80 kwanzas, e a banheira de 25 litros 120. Nos dias em que a água está difícil, o mesmo bidão chega a custar 100 kwanzas e a banheira 150 ou mais”, disse a moradora há mais de 14 anos no bairro 11 de Novembro.
Recorde-se que em Dezembro de 2013, a EPAL deu início das obras de modernização do Centro de Distribuição de Água do Cazenga, que tiveram o seu término em Agosto de 2017. Desta infra-estrutura, foram construídos dois novos reservatórios de 15 mil metros cúbicos cada um, com a instalação de grupos geradores e uma estação de bombagem, edifício de coloração, arruamentos e iluminação, entre outros.
As obras visaram o reforço e melhoria do abastecimento de água à zona da Precol, Tala Hadi, Cazenga, bairro da Madeira, Grafanil/Dr Agostinho Neto, Vila da Mata, Comissão do Cazenga, Calawenda, Curtume, Hoji ya Henda, Ngola Kiluanji, Kwanzas, Nocal e Sonefe. A obra teve um custo de mais de 41 milhões de dólares, num financiamento chinês.
Sete anos depois da entrada em funcionamento deste centro de distribuição, muitas famílias continuam a não beneficiar do fornecimento do precioso líquido, como é o caso dos moradores do bairro 11 de Novembro.
A ausência de um esclarecimento oficial por parte da EPAL, deixa os moradores em uma situação de agastamento e frustração, com a esperança de “quem de direito se pronuncie” e resolva o problema que já dura quase uma década e meia.