O grupo parlamentar da UNITA, maior partido da oposição angolana, acusou o regime de fazer uso dos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), e as administrações executivas dos órgãos públicos de comunicação social, para violar o direito à liberdade de imprensa.
A posição foi expressa pelo líder do grupo parlamentar do partido, Liberty Chiyaca, quando fazia, em conferência de imprensa, esta terça-feira, uma radiografia ao estado dos direitos humanos em Angola.
Segundo Chiyaca, os meios de comunicação estatais, incluindo a Televisão Pública de Angola (TPA), o Jornal de Angola (JA) e até a TV Zimbo continuam sob controlo editorial do partido-Estado, favorecendo exclusivamente o partido no poder e muitas vezes não cobrem com a devida insenção problemas sociais que reflectem a má governação ou opiniões críticas ao Executivo.
“Jornalistas que trabalham nestes meios de comunicação continuam a relatar ameaças de perda de empregos, caso não cumpram as orientações superiores e a narrativa editorial do regime”, disse.
O político citou também sobre o caso da plataforma de notícias online Camunda News, que continua com as operações suspensas por pressão contínua do SIC, sob ameaças de prisão relacionadas a alegações de que a plataforma opera ilegalmente.
Fez igualmente referência às denúncias posta a circular nas redes sociais indicando que o jornalista Guilherme da Paixão, até então apresentador do programa “Fala Angola”, teria sido despedido pela crítica social evidenciada em duas ou três reportagens.
“Através da censura e de outros limites e restrições impostos aos cidadãos no acesso aos órgãos públicos da comunicação social, o regime viola todos os dias o direto à liberdade de expressão e o direitos à liberdade de informação”, concluiu o parlamentar.